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Colaborou com um líder respeitado da indústria

Reciclagem de policarbonato: chapas trapezoidais e onduladas a partir de resíduos

Nov 05, 2023

A sustentabilidade precisa ir além de discursos e promessas inspiradoras, com ações visíveis e concretas. Para ver essa mudança, é essencial que indivíduos, empresas e governos assumam a responsabilidade e atuem de maneira sustentável em suas vidas e práticas diárias. Levando em consideração os impactos ambientais e sociais de suas decisões e buscando alternativas mais conscientes e responsáveis, eles podem tomar medidas para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Na indústria da construção isso é ainda mais urgente. Responsável por uma grande quantidade de resíduos sólidos e emissões de gases de efeito estufa, é fundamental que esse setor adote práticas sustentáveis, como a reciclagem, para minimizar os impactos ambientais.

No entanto, embora os processos de reciclagem de produtos tenham avançado significativamente nos últimos anos, ainda existem alguns desafios associados ao uso de materiais reciclados. Isso se deve a diversos fatores, como desempenho e durabilidade, ou mesmo pela dificuldade de obtenção de matérias-primas adequadas. Mas também há exemplos de sucesso que mostram as possibilidades dos materiais reciclados.

No caso da empresa alemã Rodeca – fabricante internacionalmente reconhecida de sistemas translúcidos para fachadas e coberturas – o desenvolvimento de produtos feitos com material 100% reciclado demonstra o potencial da economia circular aplicada à construção. Aproveitando o tema da BAU deste ano, que é a construção com consciência ambiental e climática, a empresa vai expor suas chapas trapezoidais e onduladas "PCR" feitas de policarbonato 100% reciclado.

Esse material, que impressiona pela translucidez e leveza, tem vida útil de 10 a 15 anos e, após seu descarte, pode ser retrabalhado e utilizado em diversas outras aplicações, inclusive na construção civil. Pode-se assim dar-lhe uma nova vida, evitando a sua eliminação quer em aterros quer em incineração. As chapas produzidas são divididas em dois grupos, de acordo com sua matéria-prima:

No primeiro, o produto final – chapas trapezoidais ou onduladas – pode ter diversas tonalidades, inclusive opções translúcidas. Nesse caso, a qualidade do resíduo industrial reciclado é quase tão boa quanto a da matéria-prima virgem, já que o produto passou por apenas um processo de degradação térmica. Neste último grupo, porém, apenas cores opacas são possíveis, pois os grânulos costumam ser misturados com mais de um tipo e acabam ficando opacos.

O processo de produção dessas peças recicladas inclui algumas etapas. Depois de coletadas e classificadas, as peças de policarbonato são trituradas e depois derretidas e extrusadas em fios, chamados de "espaguetes". Depois disso, são regranulados para se tornarem as chapas “PCR”, com espessura de 0,9 mm e disponíveis em diversos tamanhos e acabamentos.

Neste caso, a peça resultante mantém a maior parte das qualidades do original, mas torna-se um produto diferente. Segundo Rodeca, "Não existe reciclabilidade infinita. O policarbonato, por exemplo, não é uma matéria-prima renovável, mas é definitivamente reciclável. No entanto, às vezes o material reciclado não pode mais servir ao mesmo propósito original que tinha antes. expostos à contaminação e ao envelhecimento". Enquanto existem materiais, como o aço, que permitem sucessivas reciclagens com mínima perda de desempenho, existem muitos outros cujo produto resultante acaba por se tornar inferior, havendo um limite para o seu reprocessamento. No caso do policarbonato, embora algumas especificidades possam mudar, ele continua sendo um produto de grande utilidade.

Além disso, existe um importante debate sobre o uso de materiais reciclados na construção civil, que diz respeito ao preconceito em relação ao uso de materiais reprocessados. Mesmo nas Declarações Ambientais de Produtos (EPD), existem lacunas de conhecimento que reduzem suas possibilidades de uso em algumas edificações. "Materiais de construção reciclados não serão capazes de se afirmar sem uma cultura de autoridade de construção aberta. Não apenas em detrimento dos produtores, mas também dos processadores, consumidores e, finalmente, do meio ambiente, uma vez que o material deve ser 'reciclado' termicamente." Portanto, a tolerância é um fator importante para a conservação dos recursos e, portanto, para a sustentabilidade.